domingo, março 13, 2011

Lawrence da Arábia - A Miragem de uma guerra do deserto - Adrian Greaves

Tenho de confessar que desde miúdo que tenho um fascínio especial pela personagem de Lawrence da Arábia. Terá sido provavelmente o filme que criou em mim tal fascínio que me levou a aprofundar o meu conhecimento da cultura árabe e, em última instância, a partir para o Norte de África, onde me encontro há mais de 3 anos.

Este livro que encontrei na Livraria Almedina numa das visitas regulares a Portugal, foi uma compra imediata assim que lhe pus os olhos em cima, esperando aprofundar um pouco mais o conhecimento sobre o Coronel Thomas Edward Lawrence (ou T.E. Lawrence) numa perspectiva histórica.

A verdade é que o autor, Adrian Greaves, deixou de lado grande parte do romantismo e fez juz ao subtítulo, integrando Lawrence na Primeira Guerra Mundial e na sua participação na Revolta Árabe. Deu exemplos da participação de Lawrence e dos seus árabes na luta contra o domínio otomano, somando episódios militares às negociações políticas, não tendo esquecido de desmarcarar alguns dos mitos criados pelo filme e, sobretudo, pelo livro do próprio Lawrence, Os Sete Pilares da Sabedoria.

Da personagem romântica sobrou o sonho da Nação Árabe, ensombrado pela lealdade ao Reino Unido e aos seus objetivos de guerra e pós-guerra. Mostrou também a imagem de crueldade de Lawrence no campo de batalha (mais de guerrilha), mas sobretudo a identificação de um jovem loiro, de olhos claros com uma cultura tão díspare da ocidental.
A ler e reler! Não será a realidade histórica que destruirá o mito.

quinta-feira, maio 04, 2006

Codex 632 - José Rodrigues dos Santos

Terminei esta noite de ler o segundo livro de José Rodrigues dos Santos, Codex 632.

Como não tinha lido A Filha do Capitão (o primeiro livro do jornalista/escritor), não sabia ao certo o que esperar da escrita deste, da forma como a narrativa se desenvolve.

O livro começa com a morte de um historiador, o professor Toscano num hotel do Rio de Janeiro e a narrativa desenvolve-se através da vida de um professor de criptografia que fica encarregue de reconstituir toda a investigação que o professor Toscano havia feito para a American History Society para a celebração dos 500 anos da descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral.

E é a vida do professor Tomás Noronha que centrará muita da tenção do romance. O seu casamento, a separação e reencontro com Constança, a situação da filha com trissomia 21 Margarida, o seu caso escaldante com a aluna sueca, a sua luta pela objectividade, as suas sessões de esclarecimento com o contacto da fundação americana, Nelson Moriarti.

As descobertas de Tomás levam a seguir a rota da origem de Cristóvão Colombo, caminho que o professor Noronha havia seguido no decorrer da sua investigação inicial. As descobertas em catadupa deitam por terra a tese do Colombo genovês e criam o Colombo português, judeu, conspirador contra o Príncipe Perfeito, D. João II e joguete nas mãos deste para afastar os Reis Católicos da verdadeira Índia.

Para mim é um excelente livro de investigação, um diário de um historiador com inúmeros detalhes históricos e geográficos. É fenomenal a forma como nos vemos transportados no presente a Nova Iorque, Rio de Janeiro, Sevilha, Génova, Jerusalem, Lisboa, Sintra. É fenomenal a forma simples como nos são apresentados os factos históricos, como tudo fica encadeado e nos faz sentido, apresentando Nelson Moriarti como “advogado do diabo” e coloca todas as perguntas que nós colocaríamos.

Para mim, e apesar da ficção intrínseca ao romance já vejo Colombo português, alentejano, judeu. E senti-me em todos os locais apresentados, senti-me a fazer toda aquela investigação, senti-me a decifrar os diversos códigos, senti a excitação da aluna sueca, senti a dôr da luta da filha de Tomás pela vida, senti a dôr da separação e a alegria do reencontro. Se senti tudo isto é porque o livro vale bem a pena ler.

domingo, abril 16, 2006

Atlantis - David Gibbins

A leitura em qualquer lingua que não seja a portuguesa é para mim um pouco complicada. Apesar de ter alguma formação em inglês e continuar a manter uma grande ligação a essa lingua “universal”, o certo é que a leitura de um romance é mais demorada e a sua compreensão não será porventura a melhor. No entanto, sinto a necessidade de fazer esse esforço e a última tentativa foi com o livro de David Gibbins, Atlantis, que entretanto já viu a luz do dia em português.

Tinha uma grande espectativa em relação ao livro. Primeiro porque o seu autor é um arqueólogo e eu adoro a arqueologia. Segundo, o tema Atlântida sempre fez parte do meu imaginário de fantasia que toca a história da humanidade. Terceiro, porque os romances com base na história estão em voga e eu tenho-os lido ávidamente.

Devo dizer que o livro não me decepcionou. Tendo por base uma versão da história da Atlântida (que invoca o fim da Idade do Gelo como a razão principal para a ocorrência do grande dilúvio que terá exterminado a civilização mais avançada da humanidade antiga), o romance devenvolve-se pelos meandros da arqueologia, da história, mas também dos conflitos políticos que invadem o nosso mundo nomeadamente no Próximo Oriente.

Aliás não temos uma história de conspiração internacional em que existem grupos dominantes mas escondidos a manobrar as esferas do mundo, mas sim, a queda da União Soviética e o seu desmantelamento e supremância de senhores da guerra que cresceram com os espólios do grande império soviético que muita gente desconhece a existência. A ameaça nuclear sobre toda a zona do Mar Negro e as tensões entre a Turquia e países vizinhos servem também de enquadramento para a história de Atlântida.

E a história é a de um povo que remonta aos primeiros hominídeos e que venera o Homem original como Deus e que desenvolve a tecnologia como nenhum povo até então, nomeadamente através da utilização do cobre. A queda de um império provocada por factores naturais e que não teve continuidade por ordem das altas instâncias religiosas da Atlântida. Apenas a ligação ao Egipto Antigo permite algum conhecimento.

Destaque ainda para os pormenores relacionados com a arqueologia e tecnologia submarina. A descrição de equipamentos e técnicas quase parece saída de um programa da National Geographic.

Recomendo vivamente a leitura para quem quiser saber um pouco mais sobre a história da Atlântida mas também dos povos que actualmente povoam a zona do Mar Negro.

terça-feira, abril 04, 2006

Os livros como coração da humanidade

A Biblioteca de Alexandria foi durante sete séculos o maior depósito de rolos de papiro e livros do mundo, constituindo-se também na maior fonte de conhecimento do mundo antigo levando a grandes descobertas no mundo da ciência e fomentando o desenvolvimento cultural da humanidade.
Este site apenas pretende revelar as minhas ecolhas literárias e eventuais criticas aos livros que vou encontrando e que vão fazendo parte da minha vida.